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IRENE DIAS
( Paraíba – Brasil )
Irene Dias Cavalcanti, nasceu no Rio Grande do Norte, em 20 de maio de 1927, mas foi criada na Paraíba.
Poetisa, romancista, jornalista e advogada, um verdadeiro ícone feminino da literatura erótica nos anos 70; mas somente na década de 90 revelou-se uma talentosa romancista..
Autora de “Eu, mulher, mulher” (1971), “Art-Set” e “Liberótica” (1974); “A Menina do Velho Senhor” (já truzido para o franês) e “A do Reverendo” (2009).
ANTOLOGIA SONORA – Poesia Paraibana Contemporânea. João Pessoa, PB: Edições OK Sebo Cultural, 2009. Caixa, contendo
1 CD e 31 encartes (poetas e poemas). Ex. bibl. Antonio Miranda
FAIXA 13
Minha gravidez
Olhares de
espanto,
gestos surpresos
acompanham
meu roteiro...
fisionomias
interrogativas
pedem explicações...
Caminho nas calçadas
meio tonta
somente eu
sei o porquê...
Sinto as ânsia de
ver as
faces estreladas,
sinto ânsias
de ver a
fada dos
encantos...
neste estado
de sonho
há um segredo,
embriagador
querido...
sabem por quê?
GRÁVIDA DE TERNURA...
Para quê?...
Para que
eu tenho
estes lábios,
estes seios,
para que
eu tenho
este útero
e estes ovários...
para que
este corpo,
esta alma,
esta febre
e esta sensibilidade...
Os lábios
fremindo,
os seios
arfando,
o útero
pedindo,
os ovários
clamando...
O corpo
agitando
a alma
chorando
a febre
tremendo
e tu,
sensibilidade?
Sensibilidade
sentindo,
sentindo
sentindo
desejo querendo,
querendo, querendo
Por que não
querer?
foi feito
para isso...
por que não
fazer?
não entendo
o porquê
não entendo
e não faço,
não faço
por quê?
o medo
talvez,
o medo
não sei
não sei
de onde
vem...
só sei que serei eterna
NINGUÉM...
O meu querer
Quero um homem
forte e viril
cobrindo meu corpo todo
penetrando-o num impulso
másculo e voluptuoso
eu quero
não só um beijo
quero muitos de uma vez
pelo meu corpo sedento
torturado e infeliz
pode morder
que importa?
num prelúdio embriagador
eu quero morrer de beijos
eu quero morrer do amor
por que tantos graus de febre
podendo me aliviar?
por que a febre queimando?
e o corpo se maltratar?
porque nesta ocasião
suspirando por amar
viver só alucinada
reclinada em leito frio
sempre desagasalhada
nesse leito tão sombrio
eu quero um homem
quero um homem
não suporto mais sofrer
quero um homem
quero um homem
quero de amor viver...
*
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Página publicada em fevereiro de 2022
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